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Como monitorar uso da tag de pedágio e reduzir custos operacionais?

Monitorar o uso da tag de pedágio é o processo de auditoria e acompanhamento das passagens de veículos em praças de cobrança. Envolve a comparação entre a rota planejada e a realizada, a verificação de cobranças duplicadas e a garantia de que as tags estejam ativas para evitar a multa por evasão de pedágio (Art. 209 do CTB).

O Brasil possui uma das malhas rodoviárias com o maior número de praças de pedágio do mundo. Para quem gerencia uma frota, seja ela leve ou pesada, parar em cada cabine para contar moedas ou aguardar o troco é um cenário impensável em termos de produtividade. Por isso, a tag de pagamento automático deixou de ser um luxo e virou um item obrigatório para a agilidade logística.

No entanto, muitos gestores cometem um erro clássico: instalam a tag e esquecem que ela existe. Acreditam que a automação dispensa a conferência. Tags bloqueadas podem gerar multas gravíssimas, a falta de auditoria esconde cobranças indevidas e a chegada dos novos pedágios Free Flow exige uma vigilância digital constante.

Neste guia completo, vamos ensinar como monitorar o uso da tag de pedágio de forma profissional, blindando sua operação contra evasão fiscal, multas de trânsito e desperdícios financeiros.

Por que é crucial monitorar o uso da tag de pedágio?

O pedágio não é apenas uma taxa de passagem; ele é um dos principais componentes do Custo Total de Propriedade (TCO) de uma frota que roda em rodovias concedidas. Ignorar esse indicador é deixar uma torneira aberta no seu fluxo de caixa.

1. Impacto no custo do frete

Estudos do setor logístico indicam que, em rotas de longa distância, o custo com pedágio pode representar até 20% do valor total do frete ou do custo operacional da viagem. 

Sem um monitoramento ativo, você pode estar pagando por rotas mais caras sem necessidade, enquanto um planejamento simples poderia desviar seus veículos para caminhos mais econômicos sem perder tempo.

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2. Segurança Jurídica: Vale-Pedágio vs. Pedágio Corporativo

Aqui reside uma das maiores armadilhas para frotas pesadas. A Lei 10.209 (Lei do Vale-Pedágio Obrigatório) determina que o embarcador (dono da carga) deve antecipar o valor do pedágio ao transportador, e esse valor não pode ser embutido no frete.

  • Se você monitora: consegue provar que o valor foi creditado corretamente na tag vinculada àquela viagem específica, garantindo compliance em caso de fiscalização da ANTT.
  • Se você não monitora: pode misturar o saldo do Vale-Pedágio com o saldo corporativo da empresa, gerando confusão fiscal e passivos jurídicos gigantescos.

3. Agilidade sem Descontrole

O objetivo da tag é fazer o caminhão ou carro ganhar tempo. Mas a agilidade sem controle vira caos. Monitorar o uso da tag garante que essa rapidez na pista não se transforme em uma “farra” de passagens não autorizadas (como uso do veículo da empresa para viagens pessoais no fim de semana).

Como funciona a tecnologia da tag (RFID) e o que pode falhar?

Para monitorar corretamente, é preciso entender o que acontece naqueles segundos em que o veículo passa pela cabine.

A tecnologia RFID

As tags utilizam a tecnologia de Identificação por Radiofrequência (RFID). Dentro do adesivo colado no para-brisa existe um chip e uma microantena. Quando o veículo se aproxima da praça de pedágio, uma antena instalada na cobertura da pista emite um sinal de rádio. 

A tag “responde” a esse sinal com o código identificador do veículo. O sistema da concessionária valida esse código em milissegundos: se houver saldo ou crédito liberado, a cancela abre.

O Desafio do Free Flow (Pedágio Sem Cancela)

A tecnologia evoluiu para o sistema Free Flow, já presente em rodovias como a Rio-Santos (BR-101) e em expansão pelo país. Nesse modelo, não existem cabines nem cancelas físicas. Pórticos com câmeras e sensores leem a tag ou a placa do veículo em alta velocidade.

Contudo, o maior risco que existe nesse processo é se a leitura falhar ou a tag estiver bloqueada, não há uma cancela fechada para avisar o motorista. Ele segue viagem sem saber que não pagou. 

Se o gestor não monitorar o sistema digitalmente, essa passagem vira multa por evasão automática após o prazo de pagamento expirar.

Como testar minha tag de pedágio?

Muitos gestores perguntam se existe um aparelho para “testar” a tag no pátio. A resposta é: o único teste real é a passagem e o sistema de gestão. Não confie apenas no “bip” ou no semáforo verde. 

O monitoramento real é feito acessando a plataforma da sua operadora de meios de pagamento (como a Edenred) e verificando se a passagem apareceu no extrato em tempo real ou D+1. 

Se o veículo passou e não constou no sistema, ou se a cancela não abriu, é sinal de falha física na tag (danificada na lavagem, por exemplo) ou bloqueio administrativo.

Riscos de não monitorar: multas e evasão

A falta de monitoramento do uso da tag de pedágio traz consequências que vão muito além de pagar uma tarifa atrasada. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é rigoroso.

A Multa por Evasão de Pedágio

Segundo o Artigo 209 do CTB, transpor bloqueio viário sem autorização (furar o pedágio) é uma infração grave.

  • Valor: R$ 195,23.
  • Pontos: 5 pontos na CNH do condutor.
  • Consequência: para motoristas profissionais, acumular pontos pode significar a suspensão do direito de dirigir e a demissão.

No sistema Free Flow ou pistas automáticas, se a tag não for lida por falta de saldo ou bloqueio, e o motorista não realizar o pagamento manual posterior, configura-se evasão da mesma forma. Monitorar o status das tags (Ativa/Bloqueada) diariamente é a única vacina contra isso.

Cobrança indevida e carona

Sem auditoria, sua empresa paga o que vier na fatura. É comum ocorrerem erros técnicos, como a “cobrança carona”: o veículo da frente passa, a cancela abre, seu caminhão passa logo atrás e a antena cobra o seu veículo duas vezes ou cobra o veículo errado. 

Contudo, sem cruzar o extrato da tag com o rastreador (GPS), você paga essa conta sem perceber.

Passo a passo: como fazer o monitoramento eficiente na frota?

Sair da planilha manual e profissionalizar a gestão de pedágio exige processo. Siga estas quatro etapas para implementar um monitoramento à prova de falhas.

1. Centralização de pagamentos

O primeiro passo é eliminar o reembolso e o dinheiro vivo. Se cada motorista paga do seu jeito e traz um recibo de papel amassado, a auditoria é impossível. Utilize uma solução de pagamento eletrônico unificada para toda a frota. Isso concentra 100% dos dados em um único dashboard gerencial.

2. Cruzamento: roteirizador vs. realizado

Esta é a regra de ouro da auditoria.

  • Planejado: seu sistema de roteirização (TMS) disse que o caminhão deveria ir de São Paulo a Curitiba pela BR-116, gastando R$ 150,00 de pedágio.
  • Realizado: o extrato da tag mostra que ele gastou R$ 200,00 e passou por praças que não estavam na rota. Ao monitorar essa discrepância, você identifica desvios de rota não autorizados, uso do veículo para fins pessoais ou erros de cálculo na precificação do frete.

3. Gestão de ativos (vínculo tag-placa)

Um erro operacional clássico: o caminhão vai para a oficina e o gestor tira a tag dele e cola em um veículo reserva, mas esquece de atualizar o sistema.

  • Resultado: a praça de pedágio lê uma tag que diz “Caminhão A”, mas a câmera lê a placa do “Caminhão B”. Isso gera bloqueio por divergência de categoria e possível multa. Mantenha o cadastro das tags rigorosamente atualizado. Tag de veículo leve não pode estar em pesado (evasão de receita) e vice-versa (prejuízo para a empresa).

4. Auditoria de faturas automatizada

Não confira linha por linha manualmente. Utilize plataformas de gestão que façam a conciliação automática. O sistema deve alertar: “Atenção: cobrança duplicada na praça X às 14:03 e 14:04”. Com esse dado, você contesta a operadora e recebe o estorno, economizando recursos significativos ao final do ano.

A Solução Edenred: muito além de abrir cancelas

Monitorar o uso da tag de pedágio manualmente é inviável para médias e grandes frotas. É aqui que a tecnologia da Edenred transforma o setor financeiro da sua logística.

A solução de Gestão de Pedágio da Edenred não é apenas um meio de pagamento; é uma plataforma de inteligência de dados.

Integração Total com Vale-Pedágio Obrigatório

Para as transportadoras, a nossa solução integra a emissão do Vale-Pedágio diretamente na tag. O sistema vincula o valor exato da rota ao contrato de frete e à placa do veículo.

  • Benefício: você cumpre a Lei 10.209, evita multas da ANTT e elimina o manuseio de cartões ou cupons físicos, centralizando tudo no mesmo dispositivo que já está no para-brisa.

Relatórios Gerenciais Detalhados

Esqueça a caixa de recibos. Nossa plataforma entrega relatórios que mostram:

  • Gastos por centro de custo, filial ou cliente.
  • Horários de passagem (ajuda a monitorar a jornada do motorista).
  • Alertas de saldo e status da tag (ativa/bloqueada/inativa).

Gestão em Lote

Precisa bloquear 50 tags de veículos que foram vendidos? Ou ativar 20 novos caminhões? Na plataforma da Edenred, você faz essas ações em lote, com poucos cliques, garantindo que nenhum veículo saia do pátio sem cobertura e nenhum veículo vendido continue gastando sua conta.

Mais sobre como monitorar o uso da tag de pedágio

Tire suas dúvidas rápidas sobre o monitoramento de tags.

Como ver os pedágios que passei?

Para ver o histórico, acesse o portal de gestão ou o aplicativo da sua operadora de tag (como a plataforma da Edenred). Lá você terá o extrato detalhado com data, hora, nome da praça, valor cobrado e veículo utilizado. Evite depender de recibos físicos.

O que acontece se o pedágio não ler a tag?

Se a cancela não abrir ou o pórtico Free Flow não confirmar a leitura, o motorista deve parar imediatamente (se houver cabine) e realizar o pagamento manual. Se ele prosseguir sem pagar, será multado por evasão de pedágio (R$ 195,23). Em sistemas Free Flow, o pagamento pode ser feito online no site da concessionária em até 15 dias para evitar a multa.

Como saber se a tag funcionou no pedágio?

Em pistas com cancela, a abertura e o sinal verde confirmam o funcionamento. Em pistas Free Flow ou sem cancela, a única forma de saber é consultando o extrato online da sua operadora de tag ou da concessionária. Se a passagem não constar lá após o prazo de processamento, pode haver um erro de leitura ou bloqueio.

Como posso testar a minha tag de pedágio?

Não há teste físico caseiro. A validação é feita verificando se a tag está “Ativa” no sistema da operadora e se há saldo/crédito disponível. Certifique-se também de que a tag está colada na posição correta do para-brisa (conforme manual), longe de partes metálicas que causam interferência.

Monitorar o uso da tag de pedágio é uma questão de sobrevivência financeira e operacional. Em um cenário de margens apertadas, permitir que multas por evasão ou pagamentos duplicados coroam seu lucro é um erro que nenhum gestor pode cometer.

A tecnologia existe para facilitar. Ao centralizar seus pagamentos e auditorias em uma plataforma robusta, você transforma o pedágio de um “gasto incontrolável” em uma linha de custo previsível e auditada.

Evite multas e prejuízos na sua operação. Confira mais dicas estratégicas sobre gestão de pedágio, legislação e redução de custos no Blog da Edenred Mobilidade.

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