Pedágio automático e asfalto reciclado são tecnologias que promovem economia e sustentabilidade ao reduzir emissões e otimizar o uso de recursos nas rodovias.
O Brasil possui uma malha rodoviária extensa, com mais de 1,7 milhão de quilômetros. A dependência do transporte rodoviário, combinado ao alto teor poluente do setor, torna a descarbonização uma equação complexa.
Para enfrentar esse desafio, é essencial buscar alternativas estruturais nas próprias rodovias. Inovações como o pedágio automático e asfalto reciclado estão entre as principais apostas para tornar as estradas brasileiras mais sustentáveis.
Pedágio automático: redução de emissões de carbono
O pedágio automático, também conhecido como free flow, é um sistema de cobrança em que os veículos passam por pórticos sem a necessidade de parar em cabines de pedágio.
Equipados com sensores e câmeras, esses pórticos registram automaticamente as placas dos veículos ou interagem com dispositivos eletrônicos (como tags), realizando a cobrança correspondente de forma imediata.
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Este modelo de pedágio foi desenvolvido para solucionar problemas como congestionamento e impacto ambiental decorrente das paradas e acelerações constantes dos veículos, o que aumenta a emissão de poluentes.
Estudos realizados pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP indicam que o pedágio automático pode reduzir em até 89% o consumo de combustível dos veículos, comparado aos sistemas convencionais.
O free flow ainda está em fase inicial de implementação no Brasil, mas a expectativa é que sua adoção cresça rapidamente nos próximos anos. Concessionárias como a CCR e a EcoRodovias têm liderado projetos com resultados promissores.
Asfalto reciclado: sustentabilidade na pavimentação
O asfalto reciclado, tecnicamente conhecido como RAP (Reclaimed Asphalt Pavement), é um método de reciclagem que reutiliza pavimentos asfálticos antigos na produção de novas misturas asfálticas.
Esse processo envolve a fresagem da camada superficial do asfalto antigo, que é triturado e incorporado em novas misturas, resultando em um produto que pode ser reaplicado nas rodovias.
Estudos em parceria com a Universidade de São Paulo revelam que o uso de RAP pode reduzir as emissões de CO₂ em até 50% durante a pavimentação. Isso representa uma contribuição significativa para a redução da pegada de carbono das rodovias.
Algumas das maiores concessionárias do país já adotaram essa prática. A CCR substituiu 30% do concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) por RAP em suas obras.
A Arteris está usando o material em microrrevestimentos para corrigir pequenas fissuras e irregularidades no pavimento. A EcoRodovias, por sua vez, tem projetos piloto focados na reutilização de materiais na usinagem de novas massas asfálticas.
O Brasil está no caminho certo para transformar suas rodovias em modelos sustentáveis
O pedágio automático e o asfalto reciclado são inovações que demonstram como a infraestrutura rodoviária pode evoluir em direção a um futuro mais sustentável.
Essas tecnologias oferecem soluções viáveis para reduzir as emissões de GEE e otimizar o uso de recursos naturais, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios econômicos e operacionais.
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