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Reforma Tributária e Mobilidade: o que altera, quem ganha e como se preparar para as mudanças

A Reforma Tributária, que entra em vigor em 2026, substitui cinco tributos (PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS) por três novos: CBS, IBS e Imposto Seletivo. O setor de mobilidade será impactado com redução da burocracia fiscal, crédito sobre insumos como combustível e manutenção, incentivo à formalização e novas regras para autônomos, transportadoras e operadores logísticos.

A mobilidade no Brasil está prestes a passar por uma das maiores transformações das últimas décadas. Com a aprovação da Reforma Tributária (Emenda Constitucional 132/23), o país inicia uma jornada rumo à simplificação fiscal, à digitalização dos processos e à maior previsibilidade tributária. 

Para empresas e profissionais do setor que inclui transporte de cargas, passageiros, logística urbana e mobilidade corporativa essa mudança representa tanto desafios quanto oportunidades.

Neste artigo, você vai entender o panorama completo do que está mudando, como isso afeta as empresas e quais medidas precisam ser tomadas para uma adaptação bem-sucedida. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto com a Edenred Mobilidade.

Índice

  • Reforma tributária: o que está mudando no Brasil
  • Impactos da reforma tributária no setor de mobilidade
    • Redução da burocracia fiscal
    • Crédito tributário sobre insumos
    • Tributação diferenciada para o transporte de cargas
    • Incentivo à formalização
  • O impacto em toda cadeia logística.
    • Para empresas de mobilidade e transporte
    • Para operadores logísticos
    • Para profissionais autônomos
  • Transição até 2033: cronograma e fases 
  • Adaptação tecnológica: o papel dos ERPs e sistemas fiscais
    • Mobilidade urbana e transporte público: o que esperar
  • Como se preparar para a reforma tributária?
    • Faça um diagnóstico fiscal completo
    • Atualize seus sistemas de gestão
    • Capacite sua equipe
    • Formalize operações informais
    • Acompanhe a regulamentação

Reforma tributária: o que está mudando no Brasil

O sistema tributário brasileiro é conhecido por sua complexidade. A coexistência de tributos federais, estaduais e municipais sobre o consumo gera insegurança jurídica, burocracia e altos custos operacionais. A reforma tributária busca resolver esses gargalos com a criação de um modelo mais simples, transparente e alinhado aos padrões internacionais.

Situação atual (antes de 2026)Nova estrutura tributária (após 2026)
PIS, COFINS, IPICBS (federal)
ICMS (estadual)IBS (estadual e municipal)
ISS (municipal)IBS (estadual e municipal)
Bitributação comumTributação única, não cumulativa
Regras variadas por estadoRegras padronizadas nacionalmente

Contudo, esses tributos compõem o chamado IVA Dual, um modelo de imposto sobre valor agregado que será aplicado de forma não cumulativa e com alíquota única, estimada em até 26,5%.

Impactos da reforma tributária no setor de mobilidade

A mobilidade é um dos setores mais diretamente afetados pela reforma, tanto pela natureza dos serviços prestados quanto pela complexidade fiscal envolvida em suas operações. Ou seja, a nova estrutura tributária promete impactar os seguintes pontos:

Redução da burocracia fiscal

A unificação dos tributos e a digitalização dos processos fiscais vão simplificar a rotina de empresas de transporte, logística e mobilidade urbana. De fato, a emissão de notas fiscais, apuração de impostos e controle contábil serão mais ágeis e menos suscetíveis a erros.

Crédito tributário sobre insumos

Empresas e profissionais poderão deduzir impostos pagos em insumos essenciais à operação, como:

  • Combustíveis (diesel, gasolina, etanol)
  • Manutenção de veículos
  • Pedágios
  • Aquisição de frota
  • Pneus e peças

Esse modelo favorece quem está formalizado e possui controle financeiro, permitindo redução real de custos operacionais.

Tributação diferenciada para o transporte de cargas

O diesel, combustível central para o transporte rodoviário, terá uma alíquota diferenciada e poderá ser isento do Imposto Seletivo. Essa medida busca proteger o setor de aumentos excessivos na carga tributária e garantir competitividade.

Incentivo à formalização

Com o novo sistema, profissionais autônomos e pequenas empresas que operam informalmente serão incentivados a se regularizar. Portanto, a possibilidade de deduzir custos operacionais e evitar penalidades torna a formalização mais vantajosa.

O impacto em toda cadeia logística.

A reforma tributária não afeta apenas os profissionais autônomos. Ela traz mudanças estruturais para toda a cadeia de mobilidade — desde grandes empresas de transporte e logística até operadores independentes e prestadores de serviço urbano. De fato, entender os impactos específicos para cada perfil é essencial para planejar a adaptação e aproveitar as oportunidades que o novo modelo oferece.

Para empresas de mobilidade e transporte

Empresas que atuam com transporte de cargas, passageiros, mobilidade corporativa ou logística urbana terão que revisar seus modelos fiscais e operacionais. A substituição dos tributos atuais por CBS e IBS exige ajustes nos sistemas de gestão, reconfiguração de ERPs e revisão de contratos com fornecedores.

Principais impactos:

  • Simplificação tributária: menos obrigações acessórias e maior previsibilidade fiscal.
  • Crédito tributário ampliado: possibilidade de deduzir impostos pagos em combustíveis, manutenção, pedágios e aquisição de frota.
  • Revisão de preços e margens: com a tributação “por fora”, será necessário recalcular valores de serviços e produtos.
  • Adaptação tecnológica: ERPs como SAP, TOTVS e Oracle já estão em processo de atualização para atender às novas exigências.

Para operadores logísticos

Empresas que atuam como intermediárias na cadeia de transporte — como operadores logísticos, centros de distribuição e plataformas de mobilidade — também serão impactadas. A não cumulatividade dos novos tributos exige atenção à gestão de créditos e à rastreabilidade fiscal.

O que muda:

  • Maior controle sobre insumos e serviços contratados.
  • Necessidade de integração entre sistemas fiscais e operacionais.
  • Revisão de contratos com transportadoras e fornecedores para garantir aproveitamento de créditos.

Para profissionais autônomos

Caminhoneiros, motoristas de aplicativo, entregadores e prestadores de serviço independentes terão mudanças significativas na forma de tributação. A cobrança será feita sobre a receita dos serviços prestados, com possibilidade de dedução de custos operacionais — desde que estejam formalizados e emitam nota fiscal.

Destaques:

  • Fim da bitributação: ISS e ICMS embutidos em insumos serão substituídos por CBS e IBS.
  • Crédito tributário sobre insumos: diesel, pneus, manutenção e até aquisição de veículos poderão ser abatidos.
  • Incentivo à formalização: quem opera informalmente poderá sentir aumento na carga tributária, mas também terá acesso a um sistema mais justo e digital.

Transição até 2033: cronograma e fases 

A implementação da reforma tributária será gradual, permitindo que empresas e profissionais se adaptem sem prejuízos operacionais.

Confira o cronograma em fases

A implementação da reforma tributária será gradual, permitindo que empresas e profissionais se adaptem sem prejuízos operacionais.

Esse cronograma oferece tempo para ajustes em sistemas de gestão, capacitação de equipes e revisão de processos fiscais. É importante lembrar que estes prazos podem ser alterados após a data desta publicação.

Adaptação tecnológica: o papel dos ERPs e sistemas fiscais

Empresas que utilizam sistemas ERP, como SAP, TOTVS, Oracle ou soluções próprias, precisarão atualizar suas configurações fiscais para atender às novas exigências.

Principais mudanças nos sistemas:

  • Novos grupos de impostos em documentos eletrônicos (NF-e, CT-e, NF3-e, NFSe)
  • Atualização de códigos fiscais e estruturas tributárias
  • Regras de cálculo por fora (sem incluir o imposto no preço base)
  • Recolhimento no destino (tributação no local do consumo)

Empresas que se anteciparem na adaptação tecnológica estarão mais preparadas para evitar penalidades e aproveitar os benefícios fiscais.

Mobilidade urbana e transporte público: o que esperar

Além do transporte de cargas, a reforma tributária também impacta o transporte público e os serviços urbanos de mobilidade.

Possíveis efeitos:

  • Redução de custos operacionais para empresas de ônibus, metrô e transporte coletivo
  • Maior transparência na cobrança de tarifas, com possibilidade de repasse mais justo ao consumidor
  • Incentivo à eletrificação da frota, já que o Imposto Seletivo pode penalizar combustíveis fósseis
  • Estímulo à inovação, com mais recursos disponíveis para investimento em tecnologia e infraestrutura

Como se preparar para a reforma tributária? 

Mais do que entender sobre a reforma tributária brasileira e suas mudanças, precisamos estar preparados para elas. Abaixo, separamos alguns pontos que são importantes para entender como aplicar isso na prática.

Faça um diagnóstico fiscal completo

Mapeie todos os tributos pagos atualmente, identifique os insumos que geram crédito e avalie o impacto da substituição por CBS, IBS e IS.

Atualize seus sistemas de gestão

Verifique se seu ERP está preparado para as mudanças. Consulte fornecedores, leia as notas técnicas e planeje atualizações com antecedência.

Capacite sua equipe

Treine os times de contabilidade, fiscal, jurídico e operações para entender o novo modelo tributário e aplicar corretamente as regras.

Formalize operações informais

Se você ou sua empresa operam parcialmente na informalidade, este é o momento de se regularizar. O novo sistema favorece quem está formalizado.

Acompanhe a regulamentação

A Reforma ainda depende de regulamentações complementares. Fique atento às decisões do governo, especialmente sobre as alíquotas e regras de crédito.

A reforma tributária representa uma virada de chave para o setor de mobilidade no Brasil. Com menos burocracia, mais previsibilidade e possibilidade de dedução de custos, empresas e profissionais que se anteciparem às mudanças estarão em vantagem competitiva.

A mobilidade do futuro será mais inteligente, conectada e sustentável — e começa com uma gestão tributária eficiente. Prepare-se agora, revise seus processos, invista em tecnologia e acompanhe as atualizações legais

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