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IOF: O que mudou e como isso pode pesar no bolso do transporte e da economia?

As alterações no Imposto de Operações Financeiras (IOF) impactam no crédito, operações de câmbio e investimentos no setor.

Você já parou para pensar que uma mudança em um imposto pode mexer no preço do frete, na renovação de frotas e até no custo final de um produto? Parece exagero, mas não é. Com as novas alterações no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), isso pode — e deve — acontecer.

Com o debate sobre o aumento das alíquotas ganhando força no cenário nacional, vale a pena entender como essa mudança afeta diretamente o setor de mobilidade e logística, que já lida com tantos desafios no dia a dia.

Neste artigo, explicamos o que mudou, quais são os impactos reais e como as empresas podem se preparar para esse novo cenário.

Afinal, o que é o IOF?

O IOF é um imposto federal que incide sobre várias operações financeiras como crédito, câmbio, seguros e investimentos de curto prazo.

Criado em 1966, ele tem dois papéis principais: arrecadar recursos para o governo e regular o mercado financeiro, o que influencia diretamente o comportamento de consumo e o acesso ao crédito.

Como isso afeta a mobilidade e a logística?

O setor de transporte depende fortemente de crédito para renovar frotas, financiar veículos, importar peças e contratar serviços internacionais. Além disso, o transporte rodoviário ainda representa quase 60% do escoamento de cargas no Brasil.

Ou seja: se o crédito fica mais caro, o frete sobe, o custo operacional aumenta e, no final das contas, todo mundo sente no bolso do empresário ao consumidor final.

O que exatamente mudou no IOF?

Algumas alíquotas foram elevadas, e isso afeta diretamente quem empreende no setor. Veja as principais mudanças:

Empresas (Pessoa Jurídica): de 1,88% para 3,95% ao ano

Simples Nacional: de 0,88% para 1,95% ao ano

MEIs: 0,95% fixo + 0,0082% ao dia (chegando a 3,95% ao ano)

Cartões internacionais e remessas ao exterior: agora em 3,5%

Previdência (VGBL): 5% para aportes mensais acima de R\$ 50 mil

E o impacto no dia a dia das empresas?

Na prática, essas mudanças tornam mais caro financiar veículos, máquinas, infraestrutura e tecnologias que ajudam a melhorar a gestão da mobilidade. Isso pode significar:

  • Menos renovação de frotas
  • Redução de investimentos
  • Mais pressão sobre os preços e prazos de entrega
  • Perda de competitividade frente a outros mercados

Existe algum tipo de isenção?

Sim. Algumas operações específicas — como financiamentos via BNDES ou leasing de veículos pesados voltados à produção — podem ser isentas do IOF. Além disso, há discussões em andamento para estender incentivos à compra de veículos sustentáveis e elétricos, o que traria algum alívio ao setor.

Entidades como a CNC (Confederação Nacional do Comércio) já se manifestaram contra os aumentos, pedindo a revogação do decreto e propondo outras formas de ajuste fiscal.

O que sua empresa pode fazer agora?

Num cenário de incerteza fiscal, a palavra-chave é adaptação. E isso pode começar com ações simples, como:

  • Buscar alternativas de crédito com juros menores
  • Reavaliar prazos e condições de financiamento
  • Investir em eficiência operacional
  • Ficar de olho nas mudanças tributárias e possíveis incentivos

O importante é entender que, mesmo em momentos de instabilidade, há espaço para estratégias mais inteligentes. Se sua empresa estiver bem-informada, pode transformar obstáculos em oportunidades e sair na frente.

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