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Por que o free flow promete acelerar o setor de transporte?

* Por Clara Le Bail

O free flow elimina barreiras físicas em pedágios, reduzindo congestionamentos e permitindo um fluxo mais contínuo nas rodovias brasileiras.

Em fase de testes desde 2023, na Rio-Santos (BR-101), Ayrton Senna e ERS-122, o free flow promete acelerar o setor de transporte. A tendência é que esse novo sistema de pedágio acelere a eficiência do setor rodoviário, o modal mais utilizado do País. 

Quando pensamos neste sistema de fluxo livre, sem praças de pedágio e cancela, os impactos são grandes. No entanto, é preciso considerar outros fatores que influenciam a eficiência de uma viagem, como você verá a seguir.

Fatores logísticos que interferem no sucesso do free flow

O sistema de cobrança free flow é uma promessa de transformação no cenário de transporte rodoviário do Brasil. No entanto, sua eficácia depende intrinsecamente de 3 fatores: qualidade das estradas, segurança e tags de pedágio. 

1. Qualidade das estradas

No quesito qualidade, sabemos que as estradas brasileiras necessitam de muitas melhorias em infraestrutura. Existem alguns dados importantes que corroboram com essa afirmação.

Um deles é que, de acordo com dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgados em 2022, 60% da malha rodoviária brasileira pavimentada apresentava algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 

Além disso, quando comparamos as diferentes regiões do país, o índice que aponta a baixa qualidade das rodovias chega a 79% no Norte e de 56% no Sudeste. 

Leia também: Condições adversas da via: saiba como enfrentá-las

A previsão é de que esse contexto de infraestrutura seja melhorado a partir de novas concessões de pedágios. Vale lembrar que, de 2016 a 2021, foram investidos cerca de R$ 163,07 mil, em média, a cada quilômetro, na malha viária sob gestão pública. 

Já no caso das rodovias privadas, o investimento por quilômetro foi de R$ 405,15 mil, no mesmo período, segundo a CNT. 

A expectativa da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é que 17 mil quilômetros a mais de estradas sejam pedagiadas até 2025, o que promete melhorar as condições do transporte rodoviário no Brasil. Isso traz eficiência ao setor.

2. Segurança

A segurança rodoviária é um critério essencial para garantir a eficácia de qualquer sistema de transporte, especialmente em um país com uma rede extensa e desafiadora como o Brasil. 

Isso está diretamente relacionado à qualidade das estradas, uma vez que más condições apresentam riscos elevados de acidentes devido a problemas como buracos, sinalização deficiente, e iluminação inadequada. 

Vale dizer que a segurança não se limita à manutenção física. Ela deve envolver a também a implementação de políticas rigorosas de tráfego, educação e fiscalização constante para garantir a adesão às normas de trânsito.

2. Tags de pedágio

Desde 2000, um fator que facilita o dia a dia de quem circula pelas estradas brasileiras são as tags. Para empresas que operam com frotas, o uso delas, junto com uma plataforma de gestão de despesas, permite economizar tempo nas viagens.

Isso sem contar que esse tipo de solução auxilia no controle de custos. Afinal, ele fornece informações detalhadas de uso que facilitam a análise de padrões e possíveis falhas em processos operacionais.

Quem já está equipado com tag de pedágio terá um transição muito fluida para a o free flow, sem necessidade de pagamento após a viagem e sem risco de multa. 

O uso das tags já conta com incentivos financeiros em várias concessionárias como Eixo SP, Dutra ou EcoRioMinas. Esses incentivos também estão previstos em quase todos os novos editais, como por exemplo nos lotes 1 e 2 do Paraná. 

Por um lado, tem o desconto básico de 5% para todos os tipos de veículos. Por outro, reduz o valor da tarifa de pedágio a cada passagem realizada na mesma praça, para veículos de passeio. 

Afinal, por que o free flow promete acelerar o setor de transporte?

O free flow traz muitas vantagens.  Uma delas é  a redução no custo de instalação de infraestrutura já que a montagem dos pórticos representa gastos bem menores à construção de praças. 

Esse sistema de pedágio também reduz os custos operacionais para a concessionária. Contudo, há um desafio grande atrelado ao risco de inadimplência, que depende de incentivos à democratização do uso da tecnologia para ser minimizado.

Futuro do pedágio free flow no Brasil

Atualmente, cerca de 50% de brasileiros ainda não adotaram nenhum tipo de meio de pagamento automático de pedágio e permanecem no modelo tradicional, pegando fila na praça e pagando em dinheiro. 

No entanto, prevemos tendência à adesão ao free flow, devido aos descontos e à promessa de agilizar o fluxo de veículos nas rodovias e nas vias urbanas. Isso contribui para a diminuição do consumo de combustível, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera. Esses resultados justificam por que o free flow promete acelerar o setor de transporte, uma vez que eles favorecem não só o setor, como também o meio ambiente.

A boa notícia é que as tags como a Tag da Edenred facilitam a transição para o free flow. O sistema é aderente às tecnologias já existentes, como a RF1D1 da Taggy, startup que desenvolve, opera e comercializa soluções de mobilidade.

Todas essas mudanças permeiam o grande desafio que já bate à porta do mercado de transporte e mobilidade como um todo, tanto para pessoas físicas como para empresas: mover-se cada vez mais de forma eficiente.

Clara Le Bail é Diretora de Produto Pedágio da Edenred Mobilidade, linha de negócios da Edenred Brasil líder na América Latina, representadas no mercado brasileiro pelas marcas Edenred Ticket Log e Edenred Repom, especialistas em mobilidade e logística.

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